12 maio 2010
As vezes que já não entrei, à semelhança do Greenberg, naquele carro a caminho da Austrália. As vezes que já não saltei, como ele, do carro, antes ainda de chegar ao aeroporto. E de todas as vezes, tão feliz que fiquei por chegar a casa e pendurar o quadro na parede. A vida decide-se em segundos como estes. O segundo em que se entra no carro, o segundo em que se sai do carro. A vida desfaz-se também assim, no decorrer de um segundo.
A próxima vez que pensar em ti, vou pôr o rádio mais alto. Daqui a um, dois, três anos, o tempo que for necessário, saberei pensar em ti, recordar-te, ver-te, falar-te, sem ter automaticamente vontade de saltar para dentro do carro. Podes confiar em mim neste assunto. Eu sei. Eu tenho o guião.
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