Antes, não tinha medo de andar de avião, porque o mundo era mágico e as nuvens feitas de algodão. Quando morria ia para o céu ou nem chegava a morrer, porque a realidade, tal como a conhecia, o seu pequeno corpo e a sua grande alma eram indossolúveis. Reparava nas pequenas coisas, as coisas que eram do seu tamanho, e o mundo era grande. Numa estrada cheia de carros, teimava em salvar a maria-café, ela a enrolar-se na sua mão agradecida, e lá em cima os gritos da mãe. Noutros dias, a mãe dizia-lhe: Hoje estás tão linda. És a minha princesa. E ela olhava para o vestido herdado da prima mais velha, dava uma volta sobre si mesma e acreditava... que era linda e que era uma princesa.
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