27 agosto 2010

No dia em que soube que se tinha apaixonado, tinham ido ver Irène, um filme de Alain Cavalier. Saíram da sala de cinema tão perturbados com o filme, que não disseram uma palavra até chegar ao carro. E depois não conseguiram ir para casa. Em vez disso, sentaram-se no Galeto a beber um copo. Um filme tão intenso não permitia que se continuasse a viver uma vida normal. Não permitia que no dia seguinte se voltasse para o hospital, indiferente. Não, era precisar festejar. A vida, a morte, o amor. Vamos ficar acordados toda a noite! disse ela, disse eu. Quando chegaram a casam fizeram amor e foi ao mesmo tempo tão violento, tão sereno e tão íntimo, que ela voltou a acreditar. No final fizeram promessas de amor e escreveram a sua história juntos no corpo um do outro e a noite não acabou nunca.

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