30 janeiro 2013

Quando passeámos por Sevilha, percorrendo as várias praças, sentando-nos no Bar Europa a comer tapas, visitando a Catedral e perdendo-nos nos jardins Real Alcázar, o nosso embrião era mínimo em tamanho mas era já enorme em sonho. Como passei grande parte de Janeiro doente de cama, aqueles dias em Sevilha souberam a mel, mas quando chegámos a Granada caí mais uma vez de cama doente. O propósito da viagem era ir a um casamento de uns amigos a realizar-se em Alicante dois dias depois. Doente como estava, resolvemos ir directos para Alicante, dar um beijo aos nossos amigos e regressar a Lisboa. Não vimos Granada, não vimos Alhambra, não vimos Alicante, tão pouco fomos à praia ou ao casamento. Quando regressámos a Portugal, o nosso sonho tão grande desfez-se em apenas alguns segundos, aqueles que foram necessários para a médica fazer o eco, abanar a cabeça e dizer que se tratava de um aborto retido. Eu estava de banco nessa noite e sentia-me fisicamente bem, disse-o à minha médica, mas ela limitou-se a revirar os olhos, passar-me para a mão uma baixa de 30 dias e mandar-me para casa com indicação para voltar dentro de uma semana. Quando chegámos a casa, deitei-me na cama e fiquei à espera de te ver morrer.

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