O terceiro motivo pelo qual o filme Camino me comoveu foi porque me fez lembrar da primeira vez que estive apaixonada. Comoveu-me especialmente a história do cabelo, porque me lembro de ele comentar que o meu cabelo estava bonito e de isso me ter feito feliz durante semanas. Que interessava que ele fosse tendo namoradas e que eu nunca fosse uma delas, se uma vez ele perguntou por mim quando fiquei doente? E mesmo que ele um dia não me falasse e isso me deixasse triste, nessa noite em casa, os meus pais e a minha irmã faziam com que ficasse tudo bem. Este conceito de casa transmitia-me uma segurança que eu não voltei a sentir em lado nenhum, nem mesmo agora em casa dos meus pais. Depois à noite sonhava com ele. Se alguma vez me tivesse pedido em namoro, nem tinha sabido o que fazer com isso. Não obstante, toda eu transbordava de uma felicidade que até então desconhecera. Esperei uma carta que nunca veio e alimentei secretamente expectativas e sonhos que na verdade não precisava de concretizar. Eu, o pensamento dele e as nossas brincadeiras no recreio eram o suficiente para me sentir a pessoa mais feliz do mundo.
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