28 dezembro 2010

Disarm

É hora de jantar e eu estou sentada sozinha no refeitório, as pernas flectidas uma sobre a outra. Estou com o fato do bloco, velho e remendado, que só na Anatomia de Grey é que os fatos são novos e bonitos. Aqui reciclamos (e bem, que o país está em crise). A primeira vez que ele me falou estava sentada nesta mesa, exactamente assim. Ele perguntou-me o que fazia eu ali sozinha, o prato vazio e os talheres sujos à minha frente. Disse-lhe que esperava um colega nosso que me tinha pedido para não comer sozinho. Ele disse Então tu és aquela que faz companhia! Papel importante no hospital! E sorriu com aquele sorriso aberto e confiante pelo qual, eu não sabia ainda, vir-me-ia a apaixonar perdidamente.

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