25 julho 2010

Tens de perceber porque é que continuas a ir ter com ele, perceber o que te faz sentir mal e pôr ambas as partes a falarem uma com a outra. Agora estás demasiado ansiosa e confusa. Vai à praia, relaxa, mas à noite vais ter de ter uma conversa contigo mesma. Este é o P., o meu amigo mais analítico. É capaz de decompôr qualquer problema nas suas partes infinitesimais e analisá-lo. Mas eu sei que não consigo fazer isso. Já fui à praia, já relaxei e as duas vozes na minha cabeça continuam a não falar uma com a outra. Nem sequer as consigo distinguir no meio da confusão que por aqui vai. A minha mente é um turbilhão de sentimentos, valores herdados pela minha família, sociedade e religião, vivências passadas e os estranhos acontecimentos dos últimos dois meses. Sei que há uma forma muito fácil de resolver esta questão. Posso pôr, simplesmente, tudo na prateleira de cima, aquela onde nunca ninguém vai, e ir à minha vida. Gosto de me perceber melhor do que isso. Mas, como sempre, olho para mim e só vejo caos. E é aí, no rescaldo de toda esta confusão, que acabo por abrir a porta e, tal como tu fizeste, relaxo e deixo entrar a ternura.

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