Passaram-se 6 anos e ainda me lembro do nó na garganta que senti quando acabei pela primeira vez uma relação. Não sabia, na altura, que me viria a apaixonar várias vezes e que, várias vezes, voltaria a sentir esse nó na garganta, com o terminar de outras relações.
Mas desta vez foi diferente. Invadida pelo vazio de não sentir nada, chorei. E ele, sem perceber, Desculpa. Numa só palavra, a distância que nos separava. Quis dizer... Estás a perceber tudo mal, eu é que peço desculpa. Quero aquele nó na garganta, quero ver-te longe, odiar-te. Quero saber que ainda sou capaz de amar e de morrer de amor. Quero morrer de amor. Quero saber que te amei. Que não estive contigo só para não estar sozinha. Que não foste para mim só um amigo. A dedicação que eu posso ter por um amigo pode, de facto, e fê-lo por diversas vezes, impressionar, mas não arde e não dói, não faz cicatriz, não arrisca e também não explode de alegria num fogo-de-artifício de emoções. Eu, no passado, abdiquei desse amor, exactamente por doer tanto. E agora fiquei vazia. Tão vazia, que nem o nó na garganta sinto, na hora de, uma vez mais, dizer adeus.
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