No dia em que os meus sobrinhos gémeos nasceram, ofereci à minha sobrinha mais velha uma prenda. Ela olhou para o embrulho desconfiada, franziu o seu sobrolho de 3 anos e concluiu triste: É para os bebés, não é? Durante a tarde quis ajudar os manos, lavando as chuchas centenas de vezes com água e sabão, dando beijinhos nas suas cabecinhas por entre os gritos de preocupação dos pais e cantando junto aos berços todo o seu repertório de músicas, desde o rei barrigudo ao menino em palhinhas deitado. Mas à noite, quando foi para casa e nem pai, nem mãe, nem manos a acompanharam, chorou no colo da avó até adormecer. Só tem 3 anos e já sofreu pela primeira vez a sério. E em silêncio.
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