07 setembro 2012

Deve ser horrível lidar com crianças doentes, estou sempre a ouvir. A verdade é esta: depende dos dias, depende das semanas e, às vezes, depende dos meses. Há alturas em que adoro o que faço. Os miúdos têm uma capacidade fantástica para lidar com situações que qualquer adulto consideraria trágica. Para além disso, a maior parte das vezes recuperam bem e sem sequelas. A sério, parecem feitos de plástico, caem centenas de vezes ao chão mas só raramente se partem, isto no sentido figurativo, claro, que se fosse falar do ponto de vista literal acho que ia deixar meio mundo (salvo seja...) mal disposto. Mas este último mês tem sido péssimo, com doentes muito doentes e demasiadas urgências. Quero fugir dali para fora e nunca mais olhar para trás. Mas acabo por ficar, claro, nem que seja, nesta fase do campeonato, porque não sei fazer mais nada, nem tenho a iniciativa das pessoas corajosas e com personalidade para me meter noutra aventura. Acabo por ficar por preguiça, porque o carro já faz sozinho de cor o caminho até ao hospital. Nem sequer tenho contrato, mas vou. E depois no dia seguinte é melhor. Habitualmente é melhor... Espero mesmo que amanhã seja melhor...

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