31 agosto 2011
30 agosto 2011
26 agosto 2011
21 agosto 2011
Recentemente lido...
"A minha noção objectiva é a de que não consegui alcançar nada de artisticamente relevante. Não digo isto para me lamentar. Estou apenas a descrever o que acho que é a verdade. Sinto que não contribuí verdadeiramente para o cinema. Quando comparado com alguns contemporâneos, como Scorcese, Coppola ou Spielberg, sinto que não influenciei ninguém, pelo menos, de forma significativa. Quer dizer, vários dos meus contemporâneos influenciaram jovens realizadores. O Stanley Kubrick é um excelente exemplo. Eu não sou nenhum tipo de influência. É por isso que me parece estranho que me tenha sido prestada tanta atenção ao longo dos anos. Nunca tive um grande público, nunca fiz muito dinheiro, nunca toquei em temas controversos, nem prestei a mínima atenção às modas. Os meus filmes não inspiraram o país a discutir assuntos sociais, políticos ou intelectuais. São filmes modestos, feitos com orçamentos modestos, que não geram grandes receitas nem fazem grandes ondas no mundo do espectáculo. Os jovens realizadores não andam a tentar imitar-me e a filmar os seus filmes da maneira como eu os filmo. Nunca tive técnica suficiente nem ideias suficientemente profundas para pôr alguém a pensar. Eu sou um tipo da Brooklyn-Broadway que sabe dizer umas piadas e que tem tido imensa sorte." Conversas com Woody Allen, por Eric Lax.
Apesar de estar a ser "objectivo", é indiscutível que está também, no mínimo, a ser modesto. Foi pioneiro do cinema em géneros como a comédia romântica e o pseudo-documentário e em múltiplas técnicas de filmagem e realização inovadoras, para além de ser um bom exemplo de cinema de autor, em que tudo, desde o casting, à escrita, à realização e à banda-sonora, tudo sai daquela cabeça que, de resto, tem pouco a ver com as personagens que interpreta nos seus filmes. Extremamente melancólico, inteligente, culto e criativo, foi um prazer ler estas conversas tidas ao longo de 36 anos com Eric Lax.
14 agosto 2011
Costumávamos ir as duas a pé depois das aulas para casa dos pais dela e passávamos tardes inteiras no quarto, sem fazer nada, só a ouvir música e a falar de livros. Tardes inteiras a ouvir Smiths, Duran Duran, Pulp, Divine Comedy, Josh Rouse, Radiohead, Joy Division, Belle & Sebastian, Tori Amos... Sempre da mesma maneira. Eu deitada na cama, claro. Os lençóis de flanela que ela usava religiosamente de Outubro a Abril. E ela em pé, numa velocidade alucinante a percorrer o quarto de um lado ao outro. Tardes inteiras. Era sempre a A. que seleccionava a música. Eu pouco conhecia e gostava do que ela me mostrava. A minha DJ preferida. Nunca comprávamos os mesmos cds nem os mesmos livros para podermos partilhar o que tínhamos. E usávamos um esquema fantástico em que líamos livros diferentes à vez. Se uma gostasse de um livro, emprestava-o à outra. Se não gostasse, contava a história ao pormenor, normalmente para nos rirmos com isso. Era de tal forma, que ainda hoje há livros que eu não sei se li ou se foi ela que mos contou.
08 agosto 2011
Perco-me em pormenores porque a realidade para mim não tem interesse nenhum. Costuma-me ter uma visão global do mundo ou da política e por todo o lado só reparo em detalhes que não interessam para nada nem a ninguém. Consigo estar uma hora a falar com alguém e não reconhecer mais tarde a sua cara, lembrar-me do nome ou do local onde trabalha, mas sei que essa pessoa tinha um pequeno tique com o pé ou com a mão. É nesses pormenores que as pessoas são mais bonitas. Em tudo o resto e tudo o resto me parece insuportável.
05 agosto 2011
Um ano :)
The Blues Brothers, de John Landis (1980). O filme recebeu na altura das piores críticas de sempre. Não sei porquê... Eu acho-o hilariante! Para o P, claro.
Subscrever:
Mensagens (Atom)