30 abril 2010

Atiraste contra o campo de refugiados. Eu sei que estás magoada, mas atiraste contra o campo de refugiados e não podes fazer isso. Por momentos fiquei baralhada. Não me lembrava de ter atirado contra o campo dos refugiados. Nem sequer conseguia discernir quem, no meio daquela discussão entre nós as duas, seriam os refugiados. Consigo ser muito cruel nas palavras que uso, mas naquela noite, sentia-me a única refugiada ali. Queria gritar-lhe: Já não és divertida. Nunca mais nos divertimos juntas. Nunca mais estivemos juntas, divertidas ou não. Tenho poucos amigos. Tu tens muitos. Tu fazes-me falta, eu não. Não é justo. Mas toda a argumentação pareceu-me infantil e fraca, por isso pedi só que saísse do carro. E foi assim que perdi a minha única melhor amiga.

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