Gostei muito do filme. Adorei a história, a maneira como são misturados, como em outros filmes anteriores dele, tantos pormenores deliciosos, cómicos, bonitos, comoventes. Poesia misturada com realidade.
Estávamos cinco pessoas no cinema. Uma pessoa saiu a meio. O segundo saiu no início do genérico final. Duas senhoras ficaram mais uns minutos comentando, optimistas, apesar do sentimento de desilusão de ambas, alguns pormenores que lhes tinham agradado no filme.
Para mim, foi, como sempre, um grand tour emocional e fiquei até ao final das últimas letras, cara coberta de lágrimas num turbilhão de emoções e sem conseguir proferir palavra até ir buscar os meus pequeninos à escola.
O filme está obviamente muito bom e foi reconhecido por isso. (Ainda por cima foi o Wim Wenders a entregar o prémio!)
Se comento a reação do público da sessão que fui ver, não é para desdenhar dessas pessoas, tão pouco para me destacar.
Faço-o para mostrar o fosso que sempre senti entre o mundo em que gostava de viver, um mundo rico em criatividade, e aquele em que habito, um mundo essencialmente prático.
Penso que este fosso foi responsável por parte das lágrimas derramadas, sobretudo no final do filme.
Ainda assim, fiquei feliz.
E que bom que foi poder ir hoje ao cinema!
O próprio filme por diversas vezes me comoveu, para além de que é um filme divertido. Poesia misturada com realidade e com sentido de humor.
Obrigada, Miguel Gomes e equipa, que não lê de certeza este blog, ainda assim… obrigada por mais um filme tão especial.
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