Es muss sein: ler

Gostava de dizer que leio por ser uma pessoa interessante. Na verdade, leio para ultrapassar esta limitação de ter nascido sem asas.

Es muss sein: ler

GABRIEL: No, no, he’s not saying it’s an actual myth. He’s just questioning this common usage of “attention span.” Or really this idea of a shortening attention span.

CASEY: So he doesn’t think that this is happening? You’re constantly talking about how no one can finish a book anymore.

GABRIEL: Yes, that’s exactly the point. I’m bookish. We’re both bookish. So what he’s saying is that when we talk about “attention,” we’re biased toward reading. Like, I had this professor who used to go on and on about the idiocy of video games. He talked about how his son would play for hours and that he once tried playing with him, but found it completely dull after just a few minutes. Now, if this was reversed, if the son was talking about how his dad would read for hours and he once tried reading with him, but found it boring after a few minutes, well, he would accuse the son of having a short attention span, right? But why don’t we accuse the professor of having a short attention span?

CASEY: Because it’s not about attention for him. It just seems idiotic.

GABRIEL: But what if that’s exactly the case for the son? See, what he’s saying is that this boy is actually able to give hours of attention to a video game because it’s interesting to him.

CASEY: Yeah, but that’s because video games are designed for people with short attention spans.

GABRIEL: Yeah, see, that’s what bookish people say. But no, what this guy is saying is it’s not a matter of attention, but of interest. The professor doesn’t have patience for the video game because he’s not interested in that kind of experience. In the same way that the son might not be interested in books, and it’s not that he doesn’t have the ability to pay attention, clearly he does. Like the professor, he’s able to pay attention for hours if he finds something interesting.

CASEY: So, down with books, long live video games?

GABRIEL: No, not at all. What he’s offering is a critique of a critique. But in its place, he identifies a different kind of crisis. Not the crisis of attention, but the crisis of interest. See, to talk about attention is its own kind of distraction. Kids pay attention to things that interest them. The real question is what interests them? Or us? Are we losing interest in things that matter? Words on a page, for instance. Yeah, see, maybe that’s not so important. What about everyday life? Are we losing interest in everyday life?

in Columbus, Kogonada, 2017

‘The idea of a river prompted in me a notion of freedom. From what exactly I didn’t know.’

Machines Like Me, Ian McEwan (2019)

Toda eu sou indecisão, inaptidão e poesia.

I want to ride my bicycle

I want to ride my bike.

I want to ride my bicycle

I want to ride where I like

Bicycle! Bycicle!

Bicycle Race (Jazz, 1978)

Queen

Faz-me um sinal qualquer, se me ouvires falar de mais. Eu, às vezes, embarco em conversas banais.

Frágil, Só, Jorge Palma

Grand Tour

Hoje fui ao cinema ver o Grand Tour, o último filme de Miguel Gomes, realizador premiado este ano em Cannes com o prémio de melhor realizador. Já há vários anos que gosto dos filmes dele e estava curiosa para ver este filme em particular.

Gostei muito do filme. Adorei a história, a maneira como são misturados, como em outros filmes anteriores dele, tantos pormenores deliciosos, cómicos, bonitos, comoventes. Poesia misturada com realidade.

Estávamos cinco pessoas no cinema. Uma pessoa saiu a meio. O segundo saiu no início do genérico final. Duas senhoras ficaram mais uns minutos comentando, optimistas, apesar do sentimento de desilusão de ambas, alguns pormenores que lhes tinham agradado no filme.

Para mim, foi, como sempre, um grand tour emocional e fiquei até ao final das últimas letras, cara coberta de lágrimas num turbilhão de emoções e sem conseguir proferir palavra até ir buscar os meus pequeninos à escola.

O filme está obviamente muito bom e foi reconhecido por isso. (Ainda por cima foi o Wim Wenders a entregar o prémio!)

Se comento a reação do público da sessão que fui ver, não é para desdenhar dessas pessoas, tão pouco para me destacar.

Faço-o para mostrar o fosso que sempre senti entre o mundo em que gostava de viver, um mundo rico em criatividade, e aquele em que habito, um mundo essencialmente prático.

Penso que este fosso foi responsável por parte das lágrimas derramadas, sobretudo no final do filme.

Ainda assim, fiquei feliz.

E que bom que foi poder ir hoje ao cinema!

O próprio filme por diversas vezes me comoveu, para além de que é um filme divertido. Poesia misturada com realidade e com sentido de humor.

Obrigada, Miguel Gomes e equipa, que não lê de certeza este blog, ainda assim… obrigada por mais um filme tão especial.