07 julho 2018
Lembro-me de os meus sobrinhos vestirem pijamas desfasados, ou misturas que a mim me pareciam estranhas, como camisas de dormir de verão por cima de pijamas quentes. Eu sempre adorei estar a condizer, idealmente de uma cor só ou, então, às riscas. Aquele visual para dormir, bonecos sobre bonecos, verão sobre inverno, não encaixava no meu sentido estético. Mas eles pareciam felizes. Tão felizes mesmo. Passado este tempo todo, compreendo os meus sobrinhos. O dia já é tão carregado de regras, de obrigações, de proibições, de pressas. Hoje em dia, à hora de dormir deixo os meus filhos darem asas à imaginação, ao conforto e ao mimo na forma do pijama escolhido por eles. Todas as combinações são possíveis. É de pijamas assim que se alimentam os sonhos.
06 junho 2018
17 maio 2018
Vi o La La Land (Damien Chazelle, 2016) e adorei, tal como aos 10 anos adorava os meus musicais ingénuos, divertidos e apaixonados, a transbordarem com as cores com as quais eu queria pintar a minha vida. Os meus musicais: My Fair Lady, Música no Coração, Mary Poppins, Annie e alguns da Disney. Com nostalgia, procurei a versão de My Favourite Things do Coltrane que o Carlos me mostrou na faculdade. A música encontrei-a na banda sonora do Shame onde reencontrei o solo deslumbrante de Carey Mulligan, o romântico Chet Baker e o meu Glenn Gold. Oh, se ao menos o mundo se movesse a Bach.
13 fevereiro 2018
Obrigada por me teres mostrado a lua. Nao a vi pintada na tela mas esta noite vou vê-la pintada no céu escuro. De manhã estava a convencer a nossa pequenina a fazer chichi no penico e perdi a lua. Mas esta noite vou ver. A nossa casa transborda de poesia e cansaço. Em breve vou transformar toda a nossa poesia em verso. A Rita a fazer chichi no penico, o Manuel a pedir festas nas costas, os dois a lavarem-me os dentes, a vestirem o boneco, a jogarem com a bola, a viajarem de carro até à savana, a mergulharem no oceano imenso da nossa sala, a dançarem contigo, a construírem puzzles até à lua. Tenho saudades de ver poesia cá fora, no entanto. Há vários meses que o céu, coberto de nuvens, não deixa ver a lua. Mas esta noite no céu escuro ou no quentinho do nosso quarto a ouvir Sufjan Stevens, a ler o Russel e a fazer-te festinhas... esta noite vou ver poesia.
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