14 novembro 2010
10 novembro 2010
Morreu uma doente esta noite. No hospital morrem doentes todas as noites. O que é que isso tem a ver comigo? Aquela filha que me abraça e chora a morte da mãe. O sofrimento dela não é o meu. Porque é que ela me abraça? Agradece-me tudo o que fizemos. Eu lembro-me de discutirmos a doente na reunião da manhã de ontem. O caso era desesperado. E porque na vida real não existe um Dr. House dado a milagres, não se encontrou solução. Não fizemos nada por ela. E agora a filha ali a abraçar-me e a chorar e ainda me agradece. Ela é a tua mãe, não a minha. Não quero chorar por uma mãe que não é a minha. Chora tu. Vai-te embora. Não me abraces, não me agradeças. Quero esquecer que a tua mãe existiu e que a deixei morrer. Morrem doentes todas as noites.
05 novembro 2010
01 novembro 2010
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